quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Assina a vida

Olha no meu olho, meu bem. Que te digo baixinho o teu valor pra mim. Vem cá pertinho, bem de mansinho, para que você escute o valor que você tem. É que igual à você não tem ninguém. Então fecha os teus olhos, e respira devagarzinho, sentindo o ar que sai do teu peito para o mundo. É a tua voz, meu amor, a única voz assim. É o teu olhar, bonita, o único que enxerga as coisas do teu próprio ângulo. E quando você interpreta o mundo, meu amor, a tua interpretação é única. E por isso mesmo a tua voz é gostosa de escutar. 


Então vem cá, que ouvidos para belo te querem, que olhos para o lúcido te desejam, que mãos para compartilhar te precisam. Vamos juntas, meu amor, que o mundo é grande e precisa da teimosia dos que acreditam na força que cada voz carrega em si e na beleza que cada unicidade traz. 


Não olhe a superfície, amor. Vamos juntas mergulhar na essência e no significado das coisas. Vamos juntas aprender a cartilha da vida, o beabá das belezas escondidas, o alfabeto das vozes não pronunciadas. 


É ali, bonita, nos cantos escuros de cada alma, que estão guardadas as jóias mais raras das impressões digitais. Me dá a mão! Para que mergulhemos juntas nas belezas silenciadas. Para que vasculhemos juntas as essências escondidas. Para que interpretemos juntas os processos que nos levam ao íntimo de cada ser. 


Vem, meu amor, porque há um propósito em tudo. E eu não quero jamais que você acredite naqueles que não sabem ver o belo. 


Pode ter medo, amor. Mas que você não deixe nunca que o medo congele teus pés, que a insegurança te trave o peito, que a dúvida te impeça de respirar. 


Olha nos teus próprios olhos, meu bem, e acredita no que eles veem. Pronuncia teu próprio nome. Respira teu próprio ar. Não há, amor, outra igual à ti. 


Assina a vida com a tua existência. 

Isso basta para que teus caminhos se façam.

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