Era uma dessas noites quentes de verão. O plano era simples: iriam conversar sobre as questões a serem resolvidas no trabalho. Mas quando Andrea chegou ao apartamento, Sandra sentiu o coração acelerar. Talvez pela peculiaridade de receber a amiga em sua casa, ou por estarem pela primeira vez se vendo fora do ambiente de trabalho, ou talvez porque ela realmente estava muito linda com aquela blusinha vermelha de alcinhas... fato é que Sandra não conseguia fixar o olhar na amiga sem ficar repleta de um desconcerto que sequer era seu! Ora, logo ela, sempre desenrolada e atirada para qualquer coisa. A inadequação de Sandra não passara despercebida por Andrea e ela começara a achar divertida a situação. Um “por que não?” surgiu dentro de si. Em um monólogo sem som, narrava a si mesma: “ora, se somos as duas livres e cá estamos, com o maior clima pintando entre nós!”. Resoluta, soltou: “Por que a gente não esquece essa história do trabalho e abre um vinho?”. Sandra seria o Sol, se o brilho de seus olhos pudessem neste momento se materializar em algo. Ali, beberam seus vinhos e riram suas graças e, quando a mão de Andrea tocou o rosto de Sandra, entenderam que algo novo lhes aconteceria.
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