amor, estou nua. toda nua. nua de máscaras e obséquios. nua de pudores e concessões. nua de educação e polidez. nua de caminhar em ovos. aqui estou, ereta e plena de verdades. algumas são duras. outras são frágeis. mas são todas verdades de minha nudez. já não quero, meu bem, agradar ninguém. já não tenho tempo para essa educação formal dos que falam o que não querem falar, dos que ficam aonde não querem ficar, dos que não pronunciam o que sentem e não fincam suas bandeiras. sou toda urgente! e porque minhas urgências pulsam em mim latentes e cheias de saber-por-dor, já grito rouco e alto o que sei de mim. e inflo o peito de minhas certezas e rumino em meu próprio tempo as minhas dúvidas. nossa senhora do tempo vivido, rogai por mim, porque já nadei no vale de minhas próprias lágrimas e sobrevivi. e quando se sobrevive a si mesma vira-se um outro tipo de bicho.
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